segunda-feira, 2 de março de 2015

Paulo pode enfrentar greve no retorno

Em viagem à Espanha, o prefeito Paulo Garcia (PT), quando retornar a Goiânia, dia 6 de março, encontrará um cenário político-administrativo nada favorável às pretensões do Paço de equilibrar suas finanças.
Provavelmente ele deverá se deparar com a derrubada do veto, apresentado por vereadores, que prevê o pagamento retroativo do reajuste da data-base, de 6,28%, referente a maio de 2014. Se a base aliada conseguir manter o veto, o petista deverá enfrentar uma greve geral do funcionalismo.
A primeira derrota de Paulo Garcia se deu na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), onde mesmo tendo maioria, o parecer do vereador Djalma Araújo (SD), pela rejeição do veto, foi aprovado por três votos a favor e um contra. O projeto está previsto para ser votado no plenário nesta terça-feira. Para ser rejeitado, são necessários 18 votos. A oposição já colheu a assinatura de 15 vereadores, e espera convencer pelo menos mais três a votar pela derrubada do veto.
Representantes sindicalistas já anunciaram uma “invasão das galerias”, para acompanhar a votação, como forma de pressionar a Câmara a derrubar a proposta do prefeito. Nem mesmo o aceno do Paço, em universalizar o pagamento da data-base do ano passado, por meio de projeto que chegou à Câmara na semana passada, conseguiu aplacar os ânimos dos servidores. Isso porque o texto não prevê a retroatividade.
Os servidores também não ficaram nada satisfeitos com o projeto de Paulo Garcia, relativo à revisão geral de remuneração, de 2015. É que a reposição salaria, de 7,36%, tem previsão de parcelamento em três vezes: 1,5% em maio, o mesmo percentual em setembro, e 4,36% em janeiro de 2016.
O argumento do prefeito, para não pagar a retroatividade e acenar com o parcelamento da data-base deste ano, é o mesmo: falta de recursos em caixa para bancar o impacto financeiro das duas medidas. Pelo menos até agora, as duas categorias mais fortes da administração municipal – Educação e Saúde – já anteciparam que irão cruzar os braços se a Câmara não derrubar o veto.
Mas, a julgar pela fragilidade da base de apoio do prefeito, o funcionalismo pode sair vitorioso da Câmara, na terça-feira. Pela estimativa da oposição, podem ser colhidas pelo menos 20 assinaturas para a derrubada do veto. Isso porque antigos aliados ao Paço, como Jorge do Hugo (PSL), Edson Automóveis (PMN), Rogério Cruz (PRB), o ex-petista Felizberto Tavares, e até mesmo o peemedebista Mizair Lemes Júnior, podem se juntar ao grupo liderado pela bancada do PSDB, que tem Anselmo Pereira como presidente da Casa.
O líder do prefeito, Carlos Soares (PT), reconhece que terá de ter jogo de cintura para conseguir ao menos o mínimo de votos necessários para manter o veto. Se não conseguir, Paulo Garcia já avisou que recorrerá à Justiça para não pagar apenas os 6,28%, sem retroatividade.

Fonte: ohoje.com

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